14/12/2023 às 19h49m
- Atualizado em
14/12/2023 às 20h42m
A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou uma operação nesta quinta-feira (14) para cumprir mandados de prisão contra cinco policiais militares envolvidos em uma série de assassinatos ocorridos em setembro deste ano, no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, no Grande Recife. Entre os detidos preventivamente estão oficiais da PM.
A investigação revelou que as execuções de membros de uma mesma família foram motivadas por vingança após a morte de dois militares.
Além das prisões, estão sendo realizados 20 mandados de busca e apreensão. Os suspeitos estão sendo investigados por associação criminosa e homicídio.
OPERAÇÃO SOBEJO
A operação, chamada de Sobejo, é liderada pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) com apoio da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), contando com 130 policiais civis envolvidos na execução dos mandados.
Autorizada pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe, a operação relacionada à "Chacina de Camaragibe", como ficou conhecido o caso nacionalmente, está em curso.
Em outubro, atendendo ao pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), outra operação foi realizada para cumprir mandados de busca e apreensão contra policiais militares. Na ocasião, celulares de oficiais da PM, hoje detidos, foram recolhidos para perícia.
VIOLÊNCIA EM CAMARAGIBE
Entre a noite do dia 14 de setembro e a madrugada do dia 15, dois policiais foram mortos com tiros na cabeça em meio a uma troca de tiros. Depois, cinco pessoas da família do suspeito de matar os PMs apareceram mortas, e ele foi morto em uma nova troca de tiros.
Tudo começou quando os PMs foram acionados sobre tiros vindos da laje de uma casa no Córrego do Jacaré. Ao chegarem lá, iniciou-se uma troca de tiros com um dos homens, identificado como Alex Samurai, que baleou dois policiais militares na cabeça.
Eles eram o cabo Rodolfo José da Silva, 38 anos, e o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos. Ambos chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos ferimentos.
Outras duas pessoas que não tinham envolvimento na ação foram atingidas no conflito - um adolescente de 14 anos e a prima dele, uma jovem de 19 anos grávida de sete meses que estava dentro de casa quando foi baleada na cabeça. Ela foi usada como escudo humano pelo atirador, que matou os PMs.
O caso da Chacina de Camaragibe voltou a repercutir após a confirmação da morte da mulher grávida que foi feita de escudo humano e atingida como um tiro na cabeça durante a noite do dia 14 de setembro.