07/12/2021 às 00h11m - Atualizado em 07/12/2021 às 00h23m
Jovem morta em praia de Santa Catarina foi obrigada a cavar a própria cova, diz polícia
A promotora de vendas Amanda Albach, 21 anos, desaparecida desde 15 de novembro, um dia depois de ser vista em Florianópolis. Um dos suspeitos de matá-la era um colega que a acompanhava na balada.
A promotora de vendas Amanda Albach, de 21 anos, encontrada morta hoje na praia de Itapirubá, em Imbituba, litoral de Santa Catarina, cavou a própria cova antes de ser morta por um conhecido, segundo a Polícia Civil. Ela teria sido morta por fotografar um homem armado, com histórico de tráfico de drogas, que temeu ser denunciado.
A vítima estava desaparecida desde 15 de novembro, um dia depois de ser vista pela última vez no beach club P12, em Jurerê Internacional, região nobre de Florianópolis. Um dos suspeitos de matá-la era um colega que a acompanhava na balada.
O trio de suspeitos — composto por um casal que acompanhou Amanda em viagem durante o feriadão da Proclamação da República e um homem, visto com ela na festa — foi preso ontem, em Canoas (RS). Eles moravam juntos em Imbituba, a 90 km de Florianópolis, e hospedaram Amanda no feriadão da Proclamação da República. A vítima era promotora de vendas e saiu de Fazenda Rio Grande (PR) para curtir a folga.
A Polícia Civil passou a tratar os amigos como suspeitos no desaparecimento após informações desencontradas nos depoimentos deles ao longo da investigação, informou o delegado Bruno Fernandes.
Após coletar elementos que ligavam o trio ao desaparecimento, a Polícia Civil conseguiu na Justiça um mandado de prisão temporária por cinco dias contra os envolvidos.
Em depoimento hoje, um dos amigos confessou que a matou e indicou a localização do corpo, em uma cova rasa, na praia de Itapirubá, em Imbituba.
Pouco antes de morrer, Amanda chegou gravar um áudio e mandou por WhatsApp para uma parente informando que pegaria um carro de aplicativo para retornar para casa, no Paraná.
De acordo com a Delegacia de Investigação Criminal de Laguna, responsável pelo inquérito, Amanda mandou o áudio obrigada pelo suspeito como uma maneira de despistar a investigação. Depois da mensagem, a vítima ainda cavou a própria cova com uma pá e acabou morta com dois tiros, revelou o suspeito.
"O suspeito contou que levou Amanda até a praia de Itapirubá e obrigou que ela cavasse a própria cova. Antes de ser morta, ainda a ordenou a gravar um áudio aos familiares dizendo que pegaria um carro de aplicativo para retornar ao Paraná", contou o delegado Bruno Fernandes, em coletiva de imprensa.
Vítima foi morta após ver arma com suspeito
A investigação concluiu que Amanda e os amigos foram para Jurerê Internacional durante o dia, em 14 de novembro. De lá, retornaram à noite para Imbituba.
Na noite de 15 de novembro, Amanda teria visto uma arma de fogo com um dos suspeitos no imóvel. Ela teria batido uma foto e encaminhado a outras pessoas, o que motivou o descontentamento do suspeito.
"A investigação aponta que a Amanda viu uma arma de um desses investigados, bateu uma foto e encaminhou a terceiros. Essa pessoa se descontentou e decidiu dar fim à vida dela porque sentiu que corria algum risco de ser denunciado", informou o delegado.
Apenas o suspeito de portar a arma de fogo já tinha passagem pela polícia, pelo crime de tráfico de drogas. A Polícia Civil diz que os outros dois que hospedavam Amanda não participaram nem presenciaram a cena do crime, mas acabaram se omitindo.
UOL