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04/12/2024 às 05h43m - Atualizado em 04/12/2024 às 07h16m

Coaf Timbaúba terá perda de safra por falta de chuva na Mata Norte de Pernambuco

cooperativa trabalha com a expectativa de perda de 10% da colheita da cana-de-açúcar

cana-de-acucar

A Coaf Timbaúba já trabalha com a expectativa de uma perda de 10% da colheita da cana-de-açúcar na safra 24/25 devido à diminuição das chuvas que ocorreu desde agosto último em algumas cidades da Mata Norte de Pernambuco, incluindo Timbaúba e Limoeiro. A Coaf tinha a previsão de processar 1 milhão de toneladas da planta nesta safra (24/25). “A moagem da Coaf deve ficar em cerca de 900 mil toneladas”, prevê o presidente da Coaf, Alexandre Andrade Lima, que também preside a Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco (AFCP).

Na safra anterior (23/24), a Coaf Timbaúba processou 800 mil toneladas de cana-de-açúcar, de acordo com Alexandre. Segundo ele, a principal consequência da falta de chuvas é o aumento dos custos para a empresa por causa da mortalidade da socaria, a parte da cana que rebrota até seis anos depois do primeiro corte. “A nossa expectativa agora é que ocorram as chuvas previstas para dezembro e janeiro”, comenta Alexandre.

A Coaf Timbaúba funciona como uma cooperativa, empregando cerca de 4,5 mil pessoas numa safra, incluindo 500 que trabalham na sede da empresa. A empresa processa a produção de 600 cooperados, todos fornecedores de cana-de-açúcar. A cooperativa se instalou onde funcionou, por décadas, a Usina Cruangi, no município de Timbaúba.

A diminuição das chuvas na Mata Norte atinge mais os fornecedores de cana-de-açúcar que não tiveram condições de irrigar a sua propriedade. As principais usinas da região aumentaram a área irrigada, construindo até barragens, depois de alguns estiagens que atingiram a região nos últimos anos.

Perdas da cana-de-açúcar na Mata Norte

“A nossa expectativa é de que ocorra uma perda de 15% a 20% da colheita na Mata Norte. Em Limoeiro, tem fornecedor trabalhando com uma redução de 30% da safra”, resume Alexandre, acrescentando que Limoeiro é uma área de transição e tem algumas características do Agreste, região que é mais seca e apresenta menos chuvas.

Em Pernambuco, a safra começa em meados de agosto e pode ir até março. As chuvas ficaram abaixo do esperado desde agosto último na Zona da Mata, de acordo com Alexandre. A cana-de-açúcar precisa da alternância de sol e chuva para se desenvolver bem.

Na Mata Sul, o presidente da AFCP diz que a queda da colheita deve apresentar uma queda de 5% a 12% por causa da diminuição das chuvas. Na Mata Sul, chove mais do que no restante do Estado.

O dirigente argumenta que a construção de barragens seria uma solução pra deixar a Mata Norte menos exposta às redução de chuvas que ocorrem ciclicamente. “Durante o inverno, a região apresenta chuvas normais que poderiam abastecer estes açudes. Passa governo e entra governo, e esperamos pela implantação de um projeto estruturador de recursos hídricos na zona canavieira”, diz Alexandre, se referindo principalmente a Mata Norte.

No começo dos anos 2000, foi divulgado um projeto chamado Águas do Norte, do consultor Gregório Maranhão, que previa a construção de algumas barragens na Mata Norte, o que beneficiaria não somente o setor sucroalcooleiro, mas a população da região como um todo. Ficou no papel.

Conab divulga previsão da safra da cana-de-açúcar

As mudanças climáticas alteraram a previsão nacional da safra da cana-de-açúcar na safra 24/25 que está estimada em 678,67 milhões de toneladas, o que representa uma diminuição de 4,8% em relação à safra anterior, segundo informações do terceiro levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, a área plantada apresentou crescimento de 4,3%.

Em todo o País, a produtividade média também sofreu queda, com previsão de 78.048 kg/ha, o que representa uma redução de 8,8% comparada à safra passada.

Os principais fatores que contribuíram para essa redução incluem o impacto das condições climáticas adversas, como baixos índices pluviométricos e altas temperaturas, especialmente nas regiões Centro-Sul, responsáveis por 91% da produção nacional. Nas duas regiões também ocorreram queimadas nos canaviais, que afetaram diversas áreas no ciclo de produção, prejudicando o rendimento das lavouras.

A maior parte da produção de cana no Brasil vem da região Sudeste, que prevê uma retração de 7,4% na safra de 2024/25, com uma estimativa de 434,48 milhões de toneladas. São Paulo, o maior estado produtor, será o principal responsável por essa queda, com uma redução de 35,24 milhões de toneladas.

No Centro-Oeste, a produção de cana-de-açúcar deve alcançar 148,62 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior. A área destinada à colheita nesta região crescerá 3,9%, somando 1,85 milhão de hectares.

Na região Nordeste, espera-se um aumento de 2,2% na produção de cana-de-açúcar, com um total estimado de 57,72 milhões de toneladas. A colheita segue em andamento e deve atingir 55% até o final de novembro. Os principais produtores do Nordeste são Pernambuco e Alagoas.

Responsável por 0,6% da produção nacional, a região Norte terá um crescimento de 3,8% nesta safra da cana-de-açúcar, com uma estimativa de 4,09 milhões de toneladas, sendo que a colheita já foi concluída em 93%.

*Com informações da Agência Gov

 

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