29/11/2023 às 20h53m
- Atualizado em
29/11/2023 às 21h28m
Uma diarista grávida de três meses denunciou à Polícia Civil que sofreu racismo e agressões físicas dos patrões na frente de sua filha, no prédio em que trabalhava, em Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife.
O caso denunciado por Kássia da Silva, de 26 anos, foi registrado por ela mesmo em vídeo. A advogada da vítima, Bianca Carvalho, disse que ela foi chamada de ‘’macaca’’ e ‘’negra suja’’ pelo casal para quem trabalhava.
No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver a discussão entre a diarista e a patroa no momento em que ela exige o pagamento por quatro dias de serviços domésticos.
A briga aconteceu em frente a filha mais nova da diarista, que chora, enquanto a mãe é agredida.
Na denúncia, a trabalhadora relatou que os crimes aconteceram na quinta-feira (23). O caso foi registrado pela Polícia Civil, que apura as denúncias.
Mãe solteira de quatro filhos e gestante no terceiro mês, Kássia encontrou a vaga de trabalho por meio de um aplicativo.
Segundo informações repassadas pela advogada do caso, o acordo era que Kássia passasse a dormir no trabalho e voltasse nos fins de semana para sua casa. Para isso, ganharia R$ 1.500.
A advogada ainda disse que, a vítima tinha uma jornada de trabalho de 16 horas por dia, com início às 5h30 e término às 21h30. Além disso, afirmou a defensora, só tinha direito ao almoço.
''Ela me contou que som poria jantar se sobrasse do almoço'', acrescentou a advogada Bianca Carvalho.
Carvalho afirmou que está acompanhando o caso e que Kássia tem sido ajudada por amigos e parentes.
Vídeo
No vídeo, filmado pela própria Kássia, a patroa manda ela ir embora, enquanto a diarista cobra pelos seus quatro dias trabalhados, a patroa então rebate perguntando quanto deve a ela. É possível ver, que ambos os patrões estão nas filmagens. A trabalhadora se nega a ir embora sem o pagamento e em meio a discussão, a patroa agride a diarista na frente de sua filha, uma criança, que começa a chorar assustada.
O que diz Polícia Civil
Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco dise que o caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia da Mulher.
A ocorrência é tratada como ameaça como violência doméstica/familiar e injúria por violência doméstica/familiar.
''As agressões teriam sido cometidas por um homem de 23 anos. A PCPE está tomando as devidas providências'', acrescentou.