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20/11/2020 às 10h58m

Homem negro é agredido e morto por seguranças do Carrefour em Porto Alegre

Um policial militar e um segurança terceirizado foram presos em flagrante por homicídio qualificado

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Um homem negro, de 40 anos, foi espancado até a morte na porta do supermercado Carrefour de Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ainda nessa quinta-feira (19), um segurança terceirizado e um policial militar foram presos em flagrante por homicídio qualificado - quando há intenção de matar.

A vítima, identificada como João Alberto Silveira Freitas, realizava compras com a esposa e teria se desentendido com uma fiscal de caixa. Ele supostamente ameaçou agredi-la, quando a segurança foi acionada e os suspeitos, de 24 e 30 anos, o levaram para fora do supermercado.

De acordo com a Brigada Militar, o cliente não aceitou sair do local e começou a brigar com a dupla. Entretanto, testemunhas informaram ao portal Gaúcha ZH que o homem foi seguido até a saída, momento em que começaram as agressões.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, Freitas é derrubado e recebe vários socos na cabeça. Em outro registro, ele aparece ensanguentado e imobilizado no chão. Uma funcionária tenta evitar a filmagem e afirma que o cliente havia agredido em uma funcionária.

Durante a madrugada desta sexta-feira (20), a Polícia Civil ouviu a fiscal, que relatou que Freitas teria feito um gesto que ela interpretou como uma tentativa de agressão. Ela sentiu-se ameaçada e, por isso, chamou os seguranças para retirá-lo do supermercado.

As autoridades ainda vão analisar as câmeras de monitoramento interno do Carrefour, mas já assistiram o momento em que o homem é levado pelos suspeitos. Nas imagens, ele dá um soco no rosto do policial, o que motiva uma luta corporal entre os três. Já no estacionamento, Freitas é imobilizado e espancado até a morte. A perícia ainda vai definir a causa do óbito.

A esposa disse aos policiais que eles eram clientes habituais do Carrefour e o gesto do marido em direção à fiscal foi apenas uma brincadeira, informou o delegado Leandro Bodoia. Uma manifestação de moradores do bairro e torcedores do São José, time que a vítima torcia, está prevista às 18h desta sexta (20), em frente ao supermercado.

A Polícia Militar revelou que o policial era temporário e trabalhava como segurança do local. "Não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento", descreve parte da nota emitida pela Brigada Militar.

O PM temporário foi encaminhado para o presídio militar do Batalhão de Polícia de Guarda (BPG). Já o segurança terceirizado seguiu para o Presídio Central. Ambos ficaram em silêncio durante os depoimentos.

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