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06/11/2024 às 13h10m - Atualizado em 06/11/2024 às 13h20m

Presidente da Câmara de Ipojuca, no Grande Recife, é afastado do cargo por suspeita de 'rachadinha'

Deoclécio Lira (Republicanos), o filho dele e o secretário-geral da Casa foram alguns dos 23 alvos da Operação Fetta, deflagrada nesta terça (5), pela Polícia Civil

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Presidente do Legislativo Municipal de Ipojuca, no Grande Recife, o vereador Deoclécio Lira (REP) foi afastado da Câmara por suspeita de liderar um esquema de "rachadinhas".
 
Ele é um dos alvos da Operação Fetta, deflagrada, nesta terça-feira (5), em Pernambuco e na Bahia. Além dele, outros 13 comissionados do gabinete do parlamentar foram retirados de seus cargos.  
 
Cumpridos pela Polícia Civil pernambucana, foram realizados, ao todo, 23 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Comarca de Ipojuca. 
 
Diario de Pernambuco apurou que, com Deoclécio, participavam do esquema o filho dele, Igor Lira, e Josenildo Júnior, secretário-geral da câmara de vereadores. Reeleito nas Eleições Municipais de 2024, o vereador está no comando da transição de Governo em Ipojuca. 
 
A operação cumpriu  mandados em endereços ligados a Deoclécio, em Ipojuca, no Cabo de Santo Agostinho, no Recife, em Jaboatão dos Guararapes, além de Juazeiro, na Bahia. 
 
Operação
 
A operação foi realizada pela Diretoria Integrada Especializada (Diresp), sob a presidência do Delegado Breno Maia, Titular da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª Deccor), unidade integrante do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
 
Iniciada em janeiro de 2023, a investigação teve como alvos os crimes de peculato e lavagem de dinheiro. 
 
Segundo o delegado Paulo Furtado, da Dracco, a investigação começou após receberem a informação de que um vereador estaria envolvido em um esquema de rachadinha. A partir de então, ficou “devidamente demonstrado que ele contratava assessores e solicitava que eles passassem parte dos valores recebidos”.
 
O delegado explica que esses valores eram desviados para pessoas jurídicas, “visando a lavagem de dinheiro”. Na operação foram encontrados munições, dinheiro (de total não informado pela Polícia) e documentos, dispositivos informáticos e celulares. Tudo foi levado para a sede do Dracco, na capital pernambucana. 
 
Participaram 150 pessoas, incluindo  delegados, agentes e escrivães.
 
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco, contando, ainda, com o apoio operacional do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core).
 
O Crime
 
Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o crime de peculato é caracterizado pela apropriação efetuada por um funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. Ou, desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
 
Para este crime, a pena prevista é de reclusão, de 2 a 12 anos, e multa, segundo os artigos 312 e 313 do Código Penal.
 
Já para o crime de lavagem de dinheiro, conforme a Lei nº 9.613 de 1998, é o ato de ocultar ou dissimular a origem ilícita de bens ou valores que sejam frutos de crimes. A pena é de reclusão de três a 10 anos, e multa.     
 
Diario de Pernambuco

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