21/10/2019 às 14h14m - Atualizado em 21/10/2019 às 14h32m
Mancha de óleo já chegou a praias de sete cidades de Pernambuco
O derramamento teria ocorrido a cerca de 500 ou 600 quilômetros da costa.
A Marinha do Brasil garantiu, em coletiva de imprensa, realizada, nesse domingo (20), na Capitania dos Portos no Recife, que os resíduos de petróleo encontrados no Nordeste, desde 30 de agosto, não têm origem nem são comercializados no Brasil. O derramamento teria ocorrido a cerca de 500 ou 600 quilômetros da costa.
"Há a certeza de que foi do exterior", afirmou o comandante de Operações Navais, almirante Leonardo Puntel. Cerca de 525 toneladas dos resíduos já foram coletados na região. Ao todo, sete cidades pernambucanas tiveram praias atingidas pelo óleo desde a sexta-feira (18), quando o material chegou à Praia dos Carneiros, em Tamandaré, no Litoral Sul.
Diante da mobilização local para conter o avanço das manchas de óleo em praias de Pernambuco, a Marinha deu garantias de que o Governo Federal vai arcar com os custos que o Estado já teve. No domingo, o óleo atingiu outras praias. Foram registradas pelo Governo de Pernambuco as seguintes: Suape, Praia do Cupe, Xaréu, Itapuama e Paiva. Segundo o almirante Leonardo Puntel, o sedimento tem origem no Oceano Atlântico.
Comandante de Operações Navais, o almirante Leonardo Puntel afirmou ainda que o sedimento tem origem no Oceano Atlântico. "O Governo Federal vai repassar os recursos dos estados e municípios com relação ao acidente", garantiu Puntel. Desde o dia 17 de outubro, quando voltaram a aparecer as manchas nas praias de Pernambuco, o Governo do Estado está responsável pela grande maioria dos gastos com relação à prevenção e aos equipamentos para possibilitar a limpeza das praias.
De acordo com o Ibama, até o momento, 67 animais foram conhecidamente afetados: 17 tartarugas marinhas que morreram, 11 vivas; duas aves com óbito e duas vivas; e um peixe morto. Além de acometer animais marinhos, o sedimento afeta diretamente os corais, mangues e pode até afetar a composição da água com que entra em contato.
"Se chegar qualquer tipo de toxina, de matéria orgânica diferente e que mude o pH da água os corais provavelmente vão morrer", explicou o mestrando em geologia na UFPE, Leonardo Marinho. Em Pernambuco, há uma preocupação extra. O secretário estadual de Meio Ambiente, José Antônio Bertotti Júnior, salientou o dano para aquilo que não se vê de imediato. "O dano ambiental não é o considerado só de número de animais mortos, o dano é o que se causa efetivamente nos estuários e naquilo que não é visível.
Com os corais, por exemplo, é um risco real, estamos trabalhando para desenvolver métodos de como limpar o coral sem matá-lo", explicou. Para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a melhor estratégia é esperar o resíduo chegar na praia e retirar, enquanto para o Governo de Pernambuco, ações precisam ser desenvolvidas antes, para preservar o estuário dos rios do Estado.
Ao todo, 71 toneladas de óleo foram recolhidas até o domingo no Estado, 60 já foram destinadas para o centro de tratamento e destinação de resíduos, em Igarassu, onde o material deve ser redestinado para uso em fábricas de cimento. No Nordeste todo, foram 525. Um helicóptero, 3 embarcações e 30 viaturas completam os equipamentos usados pelo Governo do Estado para o recolhimento do resíduo.