07/08/2019 às 14h25m - Atualizado em 07/08/2019 às 18h20m
Operações contra fraudes em licitações na Zona da Mata prendem ex-prefeita de Gameleira e mais oito
'Prejuízo é muito grande, ultrapassa R$ 1 milhão', disse o delegado Jean Rockfeller. Também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão.
Duas operações contra fraudes em licitações foram desencadeadas pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil, nesta quarta-feira (7), em duas cidades da Zona da Mata Sul. Ao todo, foram cumpridos nove mandados de prisão, entre eles o da ex-prefeita de Gameleira Yeda Agusta.
As operações investigam, além das fraudes em licitações, os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato (desvio de dinheiro público) em Gameleira e Amaraji. Ex-servidores das duas prefeituras também foram presos.
Além das prisões, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nos dois municípios. Ambas as operações estão sob a responsabilidade da delegada Isabela Veras.
Segundo a Polícia Civil, uma empresa investigada nas duas operações atuava fraudando licitações nos dois municípios. Advogados ligados às empresas investigadas também foram alvo dos mandados, entre eles, Geraldo Gonçalves. Os nomes dos outros presos, bem como as empresas envolvidas no esquema, não foram divulgados pela Polícia Civil.
Segundo o gestor das Delegacias Especializadas, Jean Rockfeller, o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 1 milhão.
"Empresas ganhavam licitações de forma fraudulenta para a prestação de serviço jurídico. Descobrimos que essas licitações eram fraudadas e esses serviços não eram prestados à população, mas sim à ex-prefeita Yeda Augusta. As gestões atuais das cidades não são objeto das investigações", afirma Rockfeller.
A primeira ação denominada Cartas Marcadas, a Vara Criminal da Comarca de Gameleira emitiu nove mandados de prisão temporária e 11 de busca. A investigação começou em dezembro de 2018 e, além da fraude em licitação, a quadrilha alvo é investigada por lavagem de dinheiro.
Na segunda ação, chamada Sequência Real, foram emitidos nove mandados de busca pela Vara Criminal da Comarca de Amaraji, como resultado das investigações iniciadas em maio sobre a quadrilha ligada às fraudes.
"Só em licitações, o prejuízo é muito grande, ultrapassa R$ 1 milhão, juntando Gameleira e Amaraji. Os homens presos foram levados ao presídio de Palmares [na Zona da Mata] e a mulher, para a Colônia Penal Feminina", declara Jean Rockfeller.
Os materiais apreendidos foram levados à sede do Draco, em Tejipió, na Zona Oeste do Recife.
Do G1/PE