03/08/2018 às 09h07m
- Atualizado em
03/08/2018 às 15h35m
A reunião do diretório do PT em Pernambuco se transformou no principal evento político do país nesta quinta-feira (2). Todas as atenções da esquerda nacional - e o olhar atento dos demais atores políticos envolvidos na eleição que se aproxima - estavam voltados para a decisão dos 251 delegados petistas no Recife em relação à manutenção da candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo do estado. Sob forte pressão da Executiva Nacional - que, na noite anterior, fechou um acordo com o PSB para apoiar a reeleição do atual governador Paulo Câmara - a maioria absoluta dos militantes do PT gritavam pela resistência local. Sentimento que ficou ainda mais exposto quando o senador Humberto Costa foi hostilizado em sua chegada ao encontro. Cercado e acuado pelos gritos de “golpista”, Humberto tentou utilizar uma possível orientação do ex-presidente Lula como justificativa para seu posicionamento contra a candidatura de Marília: “Vocês acreditam que existe alguma coisa que seja aprovada no PT que não tenha o apoio ou o conhecimento de Lula?”
De Curitiba, ainda em frente à sede da Polícia Federal onde Lula está preso, a presidente do partido, Gleisi Hoffman, gravou um vídeo para reforçar o posicionamento do PT de apoiar o PSB em Pernambuco. A senadora estava reunida com o ex-presidente minutos antes de gravar o vídeo e, desta forma, enviava um recado direto e seco para Marília. A “voz silenciosa” de Lula ecoava pelos corredores e salas do Recife Praia Hotel. Durante o processo de votação dos delegados, a portas fechadas, a vereadora e pré-candidata deixou a sala e foi para uma ala reservada do hotel fazer ligações. Do lado de fora, ouviu coros de apoio dos militantes. A divisão do partido estava clara. O futuro de Marília não.
Eram 20h40 quando o som que veio do salão onde acontecia a votação deixou claro o que acabara de acontecer ali dentro. A candidatura da vereadora Marília Arraes resistiu à pressão da cúpula do partido. A decisão da Executiva Nacional foi “derrubada” pelos delegados pernambucanos.
Isso significa que Marília terá sua candidatura oficializada? Ainda não. O ex-deputado federal Fernando Ferro explicou os próximos passos do imbróglio: “Depois desse encontro vai haver uma votação do recurso da Executiva Nacional nesta sexta-feira (3). Se não tivermos sucesso, vamos recorrer a última instância domingo.Isso está sendo muito ruim para o partido. Tem muita gente querendo se desfilar. Como lidar com isso? Sou favorável até que recorramos a instâncias jurídicas. Isso pode destroçar o PT de Pernambuco”.
Enquanto a militância fazia festa em torno de Marília, o senador Humberto Costa afirmou que a decisão do diretório de Pernambuco dificilmente será validada pela cúpula nacional. “A decisão de amanhã (sexta, 3) se não houver nada novo, será manter a decisão da executiva. Hoje eu defendi a aliança com o PSB e amanhã defenderei de novo”, afirmou o senador que - no entanto - não se negou a dar as mãos a Marília após o resultado: “Serei candidato ao Senado de todo jeito”.
A reunião do diretório do PT em Pernambuco se transformou no principal evento político do país nesta quinta-feira (2). Todas as atenções da esquerda nacional - e o olhar atento dos demais atores políticos envolvidos na eleição que se aproxima - estavam voltados para a decisão dos 251 delegados petistas no Recife em relação à manutenção da candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo do estado. Sob forte pressão da Executiva Nacional - que, na noite anterior, fechou um acordo com o PSB para apoiar a reeleição do atual governador Paulo Câmara - a maioria absoluta dos militantes do PT gritavam pela resistência local. Sentimento que ficou ainda mais exposto quando o senador Humberto Costa foi hostilizado em sua chegada ao encontro. Cercado e acuado pelos gritos de “golpista”, Humberto tentou utilizar uma possível orientação do ex-presidente Lula como justificativa para seu posicionamento contra a candidatura de Marília: “Vocês acreditam que existe alguma coisa que seja aprovada no PT que não tenha o apoio ou o conhecimento de Lula?”
De Curitiba, ainda em frente à sede da Polícia Federal onde Lula está preso, a presidente do partido, Gleisi Hoffman, gravou um vídeo para reforçar o posicionamento do PT de apoiar o PSB em Pernambuco. A senadora estava reunida com o ex-presidente minutos antes de gravar o vídeo e, desta forma, enviava um recado direto e seco para Marília. A “voz silenciosa” de Lula ecoava pelos corredores e salas do Recife Praia Hotel. Durante o processo de votação dos delegados, a portas fechadas, a vereadora e pré-candidata deixou a sala e foi para uma ala reservada do hotel fazer ligações. Do lado de fora, ouviu coros de apoio dos militantes. A divisão do partido estava clara. O futuro de Marília não.
Eram 20h40 quando o som que veio do salão onde acontecia a votação deixou claro o que acabara de acontecer ali dentro. A candidatura da vereadora Marília Arraes resistiu à pressão da cúpula do partido. A decisão da Executiva Nacional foi “derrubada” pelos delegados pernambucanos.
Isso significa que Marília terá sua candidatura oficializada? Ainda não. O ex-deputado federal Fernando Ferro explicou os próximos passos do imbróglio: “Depois desse encontro vai haver uma votação do recurso da Executiva Nacional nesta sexta-feira (3). Se não tivermos sucesso, vamos recorrer a última instância domingo.Isso está sendo muito ruim para o partido. Tem muita gente querendo se desfilar. Como lidar com isso? Sou favorável até que recorramos a instâncias jurídicas. Isso pode destroçar o PT de Pernambuco”.
Enquanto a militância fazia festa em torno de Marília, o senador Humberto Costa afirmou que a decisão do diretório de Pernambuco dificilmente será validada pela cúpula nacional. “A decisão de amanhã (sexta, 3) se não houver nada novo, será manter a decisão da executiva. Hoje eu defendi a aliança com o PSB e amanhã defenderei de novo”, afirmou o senador que - no entanto - não se negou a dar as mãos a Marília após o resultado: “Serei candidato ao Senado de todo jeito”.
Diário de Pernambuco/Aline Moura e Danilo Andrade.