Vem para ubafibra | Ubannet (81) 3631-5600

17/07/2024 às 20h57m - Atualizado em 18/07/2024 às 08h49m

Timbaúba registra caso de febre do oropouche, segundo apurou o JC com a Secretaria Estadual de Saúde; em 7 dias, doença acelera em Pernambuco, e confirmações ultrapassam 70 casos

Com a nova rodada de exames positivos, Pernambuco passa a registrar 72 casos da febre oropouche, que tem preocupados autoridades de saúde no Brasil

maruim-mosquito-inseto

O Laboratório Central de Pernambuco (Lacen/PE) confirmou mais 59 casos da febre do oropouche em apenas sete dias, segundo apurou o JC com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Com a nova rodada de exames positivos, Pernambuco passa a registrar 72 casos da febre oropouche.

Até o momento, o vírus oropouche isolado foi identificado em pacientes de 13 municípios pernambucanos: Jaqueira, Pombos, Palmares, Água Preta, Moreno, Xexéu, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende e Camaragibe.

Na última semana, o Ministério da Saúde alertou sobre evidências de que a febre oropouche, doença transmitida por mosquitos, pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. É o que descobriram pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde (MS).

Com esse achado, a pasta emitiu, no sábado (12), uma nota técnica recomendando que Estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, chamada de vertical.

O alerta foi feito depois que o IEC identificou a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus oropouche em um feto natimorto, com 30 semanas de gestação, conforme anunciou o JC na última quarta-feira (10).

A mãe, de 28 anos, é moradora do município de Rio Formoso, localizado na Zona da Mata Sul de Pernambuco, e apresentou sintomas sugestivos da febre oropouche, além de ter tido contato próximo com casos da doença laboratorialmente confirmados. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, ao JC, o óbito do feto e informou que o quadro físico de saúde da mãe evoluiu bem.

"O vírus oropouche também foi encontrado no tecido da placenta da mulher. Contudo, isso não é o suficiente para garantir a confirmação de que a perda gestacional ocorreu por causa do oropouche. Mas essa ocorrência nos preocupa. É um relato inédito na literatura científica", diz o diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra. A análise da placenta foi feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, que é referência nacional no estudo de arboviroses.

Não há também documentação sobre abortamento decorrente da infecção por oropouche na ciência médica.

O Ministério da Saúde destaca que os achados são evidências da transmissão vertical do vírus, mas as limitações do estudo não permitem confirmar que a infecção durante a gestação é a causa das malformações neurológicas nos bebês.

Os sintomas da febre do oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

Apesar de ter sido identificada, pela primeira vez no Norte do País na década de 1960 e ter apresentado diversos períodos de epidemia na faixa amazônica, a febre oropouche não tem registro associado, na literatura científica, a casos de óbito ou perda gestacional.

A febre oropouche é causada por um arbovírus diferente da dengue, zika e chikungunya. O vetor não é o Aedes aegypti, e sim o maruim (culicoide) e muriçoca (culicídeo).

"Em termos de enfrentamento vetorial, esse fato apresenta uma dificuldade maior para a saúde pública. Mais acostumados com água e muito material orgânico, o maruim e a muriçoca se proliferam em mangues, alagados, várzeas, água acumulada em área com muitas folhas caídas, cultivo de bananeiras, além de área com esgoto a céu aberto, coleta de lixo ineficiente ou terrenos baldios", ressalta a SES-PE.

Dessa maneira, a pasta orienta um cuidado maior para evitar a exposição a picadas. "Recomenda-se usar roupas que protejam a pele de exposição, sobretudo nos horários de penumbra (ao amanhecer e ao anoitecer), quando os vetores se mostram mais ativos. Além disso, o uso de repelentes adequados e o cuidado com o acúmulo de lixo também ajudam a evitar o contato com os insetos. Reforçamos ainda que não há enfrentamento vetorial químico possível, uma vez que fumacê e aplicação local de larvicidas e adulticidas não são efetivos", destaca, em nota, a SES-PE.

Comentários

Comentário pelo Facebok
Outros comentário

Outras notícias