13/07/2023 às 08h13m - Atualizado em 13/07/2023 às 09h46m
Polícia Militar de Pernambuco tem média diária de 5 afastamentos por saúde mental
Um em cada quatro policiais militares do Estado precisou de atendimento psiquiátrico no ano passado, revelam estatísticas
A pressão diária para combater a violência, associada à ansiedade e à sobrecarga de trabalho, tem relação direta com a multiplicação dos casos de adoecimento mental dos profissionais da segurança pública de todo o País. Em Pernambuco, a situação não é diferente.
Estatísticas obtidas pela coluna Segurança, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), revelam que a Polícia Militar de Pernambuco somou 1.920 afastamentos por saúde mental ao longo de 2022. A média diária é de cinco dispensas ou licenças médicas.
No Estado, as reclamações de policiais militares em relação ao excesso de trabalho são constantes. Eles dizem que, por causa do baixo efetivo, muitas vezes são obrigados a aderir ao Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES) e precisam dar dar plantões extras em dias de folga. Sob ameaças de punições e até de transferências para outras cidades, eles acabam aceitando trabalhar mais e descansar menos.
"A tropa está cansada. Mesmo de folga aos domingos, deixo de ficar com meu filho para dar plantão porque me colocam na escala. O dinheiro da jornada extra acabo tendo que pagar uma babá para ficar com ele. Não compensa e só traz mais estresse. Na folga, o policial quer descansar", relatou um PM lotado em um batalhão da capital.
A saúde mental, e consequentemente a segurança do efetivo, ganhou mais atenção do Comando Geral da Polícia Militar após uma tragédia registrada na manhã do dia 20 de dezembro de 2022.
O soldado Guilherme Santana Ramos de Barros, de 27 anos, matou a tiros a companheira, Cláudia Gleice da Silva, 33, que estava grávida, no município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. A investigação apontou que ele não aceitava o fim do relacionamento.