28/06/2021 às 07h23m - Atualizado em 28/06/2021 às 20h09m
Mulher trans queimada viva no Recife tem braço amputado e segue internada em estado grave
Vítima foi atacada por um adolescente na última sexta-feira (25) e teve cerca de 40% do seu corpo queimado
Informações divulgadas pelo Hospital da Restauração, no Recife, apontam que a mulher trans Roberta Silva, de 32 anos, que teve cerca de 40% do corpo queimado na madrugada da última sexta-feira (25), precisou ter um dos seus braços amputados devido à gravidade dos ferimentos causados pelo fogo. A unidade de saúde ainda não especificou se o braço que precisou passar pela amputação foi o esquerdo ou o direito.
Roberta passou por uma cirurgia no sábado (26) e segue internada, intubada e em estado grave. Ela deu entrada na Restauração logo após sofrer o atentado no Cais de Santa Rita, na área central da capital, e apresentava lesões no tórax, abdômen, mãos e braços. O hospital afirmou que repassará mais detalhes sobre o estado de saúde da mulher no fim da tarde de hoje.
Um adolescente foi apreendido pelo crime e autuado pelo "ato infracional análogo a homicídio doloso tentado". O jovem foi encaminhado para a Unidade de Atendimento Inicial (Uniai) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).
Ainda na sexta-feira (25), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), classificou como "intolerável" o que o ocorreu com Roberta e disse que determinou à Secretaria de Desenvolvimento Social do Recife que toda assistência seja dada à mulher. O Governo de Pernambuco, por sua vez, afirmou que está acompanhando o caso e que, além de apoiar física e mentalmente a vítima e seus familiares, irá ajudar na investigação criminal.
Através de nota, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH) que será a responsável por ficar à frente deste caso. "A Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH) já mobilizou a equipe do Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH) para realizar todos os encaminhamentos e acompanhamentos necessários", diz comunicado da pasta à imprensa.
"A SJDH também ressalta que está em articulação com o Centro Municipal do Recife e as Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), da Mulher (Sec. Mulher), de Defesa Social (SDS) e de Saúde (SES), bem como a mandata coletiva Juntas e entidades da sociedade civil, a fim de realizar um atendimento conjunto com a vítima e seus familiares, com o objetivo de garantir seus direitos", finaliza o texto.
Jornal do Comércio