27/06/2020 às 17h20m - Atualizado em 27/06/2020 às 18h01m
Avon afasta gerente que mantinha empregada doméstica em situação análoga à escravidão
A marca de cosméticos garantiu que vai acolher a idosa encontrada abandonada pelo Ministério Público do Trabalho
Após tomar conhecimento que uma idosa, de 61 anos, era mantida como escrava por uma de suas gerentes, em um imóvel em Pinheiros, bairro nobre da Zona Oeste de São Paulo, a Avon afastou a funcionária e garantiu que vai acolher a doméstica. Na quinta-feira (18), a executiva Mariah Corazza Üstündag, de 29, foi presa em flagrante, mas solta em seguida após pagar fiança de R$ 2.100.
Nessa sexta-feira (26), a marca de cosméticos fez um comunicado para reforçar o compromisso com os direitos humanos e contra a atitude da executiva. “Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima”, diz a publicação.
Com a repercussão do caso envolvendo sua prisão, Mariah deletou o Linkedin, mas a conta informava que ela estudou na Universidade de São Paulo (USP) e era gerente global da Avon no setor de “inovação em fragrância”. A patroa é filha da reconhecida cosmetóloga Sônia Corazza.
A idosa foi encontrada sozinha pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), após ser abandonada pelos patrões em um quarto nos fundos do terreno. No local onde foi mantida, ela estava sem acesso a banheiro e alimentação.Contratada desde 1998, não recebia salário regular desde 2011 e ganha uma quantia em torno de R$ 250.