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18/06/2018 às 11h47m - Atualizado em 19/06/2018 às 17h23m

Mais de mil mudas de Mata Atlântica são plantadas na APA Aldeia-Beberibe

Ação ocorreu às margens da nascente do rio Pacas, na altura do Km 10,5, em Camaragibe, Grande Recife

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"A gente não deve machucar a mãe natureza. É preciso cuidar, preservar. Ter floresta é garantir a água de amanhã". As sábias palavras são da agricultora Maria Elisabete Gomes, de 53 anos que, numa verdadeira força-tarefa, se juntou a outros moradores e colocou a mão na terra para plantar 1,1 mil mudas nativas às margens da nascente do rio Pacas, na altura do Km 10,5, em Camaragibe, Grande Recife.

Para se ter uma ideia, essa é uma das mais simbólicas nascentes da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe por formar, junto ao rio Araçá, toda a extensão do rio Beberibe - corpo hídrico que dá nome à Unidade de Conservação. A APA Aldeia-Beberibe se destaca por abrigar cerca de 31 mil hectares de Mata Atlântica, distribuídos ao longo de oito municípios da Região Metropolitana do Recife.

A iniciativa, coordenada pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), foi uma extensão do curso de formação de 50 agentes de educação ambiental, com foco na restauração florestal da APA. Antes de "botar a mão na massa", o grupo relembrou todas as técnicas de plantio aprendidas na capacitação, desde os cuidados com a terra e preparação do solo até a aguar a planta. 

Esse aprendizado a agricultora Maria Elisabete tirou de letra. Ela bem sabe o que é mexer com a terra e a necessidade de preservar os afluentes que cortam a área protegida. "Quando a gente refloresta um pedaço de terra que está desmatado, a gente garante que as nascentes não sequem. Esse curso me ajudou a enxergar a natureza como amiga e que a gente é quem deve proteger para sempre ter qualidade de vida", explicou com uma sabedoria que poucos têm.

Na natureza, a vegetação, quando enraizada, contribui para reter água no solo - como se fosse uma esponja - alimentando, assim, os lençóis freáticos. É essa troca que ajuda um rio a ter vazão regular ao longo do ano, principalmente, nos períodos de poucas chuvas. A também agricultora familiar Gecina Maria da Costa, 63, ficou orgulhosa de contribuir com a proteção da nascente do rio Pacas. "É lá na frente, quando as mudas virarem árvores, que eu vou olhar com felicidade e dizer que ajudei a plantar", declarou. Assim como Elisabete, Gecina Costa mora num assentamento em Paudalho, um dos oito municípios que integram a APA Aldeia-Beberibe. Camaragibe, Recife, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, São Lourenço da Mata e Araçoiaba são os demais. 

Mudas
Pau-brasil, paudarquinho, embira-vermelha, ingá, maçaranduba, jaguarana e cupiúba foram algumas das espécies plantadas num espaço de 1 hectare. A escolha por esses tipos de planta não foi à toa: elas têm crescimento rápido e, quando adultas, formam copas frondosas. "Esse trecho da APA sofre com as braquiárias e a sombra dessas árvores ajudará a combatê-las. Braquiárias inibem a regeneração da mata nativa e sem a luz do sol, morrem", justificou o diretor-presidente do Cepan, Severino Ribeiro. O plantio também contou com a participação de membros do conselho gestor da Unidade de Conservação.

O período do plantio foi compatível com a aproximação do período chuvoso a fim de garantir o sucesso da iniciativa. "O curso teve o propósito de criar, nessas pessoas, o papel de multiplicadoras da educação ambiental. O ponto-chave dessa capacitação", concluiu Ribeiro. O curso de viveiristas foi ministrado pelo Cepan em parceria com a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). 

Informações: Folha PE

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