29/05/2021 às 21h42m - Atualizado em 30/05/2021 às 00h03m
Protesto contra Bolsonaro no Recife é dispersado com ação violenta da PM; Governo de Pernambuco nega ordem
No centro, a Polícia Militar e o Choque soltaram bombas de efeito moral, para dispersar os manifestantes. Pelo menos duas manifestantes foram detidas.
Militantes, movimentos sociais e políticos se concentraram, na manhã deste sábado, na Praça do Derby, no Recife, em ato contra o presidente Bolsonaro. De acordo com os organizadores, também ocorreu ato na cidade de Petrolina, no Sertão do Estado.
Apesar da grande quantidade de pessoas na Praça do Derby, os organizadores do ato ressaltaram a todo momento a necessidade de respeitar o distanciamento social e o uso de álcool para limpar as mãos.
Após a concentração no Derby, os manifestantes saíram em caminhada até o final da Conde da Boa Vista.
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Paulo Rocha, presidente da CUT-PE ressaltou a importância do ato de hoje como uma forma de se contrapor à gestão Bolsonaro, que com sua "política genocida" gerou a morte de mais de 450 mil mortes por Covid-19. "Bolsonaro não contratou vacina, poderíamos ser o primeiro País a se vacinar, deixou faltar oxigênio, não contratou medicação para UTI e não renovou o auxílio emergencial de R$ 600 para garantir alimentação para as pessoas ficarem em casa. Estamos fazendo um ato em defesa da vida, isso significa comida no prato, vacina no braço, auxílio emergencial, geração de emprego e fora Bolsonaro", afirmou.
Kleber dos Santos, da Central dos Movimentos Populares frisou o "desmonte das políticas públicas". "Temos mais da 70 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, além desses problemas o governo de Bolsonaro promove desmonte de políticas públicas do nosso País. Esse governo, nessa pandemia, já matou quase 500 mil brasileiros, por isso estamos nas ruas, viemos às ruas para dar um basta", afirmou Kléber.
"Não dá pra esperar as eleições de 2022, quando chegar lá todos os nosso direitos já terão sido retirados", ressaltou Carlos Elias, representante da CSP Conlutas.
A marcha ocupou as duas faixas da Conde da Boa Vista e os veículos ficaram parados nos cruzamentos, sobretudo os no sentido Derby - Rua da Aurora.
POLICIAIS
Na Avenida Guararapes, a Polícia Militar e o Choque começaram a soltar bombas de efeito moral, para dispersar os manifestantes. Pouco antes das bombas, pelo menos duas manifestantes foram detidas.
De acordo com Antônio Celestino, representante da OAB-PE, que esteve presente para salvaguardar juridicamente o ato, ao menos nove manifestantes foram detidos. Ainda de acordo com ele, pelo menos um manifestante foi ferido no olho.
O batalhão de choque havia montado uma barricada no final da Avenida Guararapes. A partir do momento em que houve a confusão, que de acordo com manifestantes, começou com a detenção de participantes do ato, o choque avançou em direção a Ponte Duarte Coelho. Em seguida, sempre com bombas de efeito moral e o uso de balas de borracha, os policiais avançaram pela Rua da Aurora, continuando a dispersar os manifestantes.
LUCIANA SANTOS
Por meio de rede social, a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), afirmou que a ordem da ação da PM não partiu do Governo do Estado. "Acabo de saber do episódio na Dantas Barreto, da violência praticada contra os manifestantes e gostaria de dizer que isso não foi autorizado pelo Governo do Estado. O governador Paulo Câmara tem se pautado pela democracia e pelo diálogo. Falo aqui também como militante que sou acostumada a estar em manifestações populares no nosso estado, nós condenamos esse tipo de atitude e vamos tirar as consequências do acontecido", disse Luciana.
Folha de Pernambuco