10/05/2024 às 15h22m
- Atualizado em
10/05/2024 às 16h40m
Uma ação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Polícia Civil e Secretaria Estadual da fazenda investiga um caso de sonegação fiscal praticada por um grupo econômico que atua em diversos setores do mercado, no Agreste pernambucano.
A Operação Centopeia foi deflagrada nesta sexta (10), pela Força Operacional do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de Pernambuco (CIRA).
Integra essa força o Grupo de Atuação Especializada de Combate às Organizações Criminosa do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE).
As empresas envolvidas registram dívida tributária de cerca de R$ 40 milhões, segundo o MPPE.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Promotor de Justiça Roberto Brayner, foram cumpridos, nos endereços das empresas e residências de investigados, 16 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Caruaru.
"A busca e apreensão visou, principalmente, a procura do patrimônio que foi ocultado por meio da prática de lavagem de dinheiro. Também foram apreendidos dispositivos eletrônicos que podem conter informações relevantes para aprofundar as investigações", descreveu.
Detalhes
Acolhendo o pedido do Ministério Público, a Justiça também determinou o sequestro dos bens dos investigados até o valor aproximado de R$ 8, milhões.
Na investigação, o Ministério Público descobriu uma série de sucessões fraudulentas de empresas e o uso de laranjas ou testas de ferro para ocultar os verdadeiros responsáveis pelos delitos.
Também verificou a existência de um esquema de lavagem de dinheiro, consistente na ocultação do patrimônio angariado com a sonegação.
Os indicativos são de que os investigados constituíram uma organização criminosa dedicada a subtrair o valor dos tributos devidos em razão das operações de circulação de mercadorias.
"A sonegação fiscal é um crime grave. Além de retirar recursos indispensáveis ao financiamento de serviços públicos essenciais, a exemplo da segurança pública, saúde e educação, o sonegador desorganiza o mercado e de forma desleal pode praticar preços mais baixos, com maior margem de ganhos, impondo desvantagem aos empreendedores cumpridores de suas obrigações", alerta a Promotora de Justiça Maria Carolina Jucá, responsável pelo Núcleo Integrado de Combate à Sonegação Fiscal do Gaeco/MPPE.
Nome
O nome da operação, Centopeia, vem dos muitos pés/empresas vinculadas à organização criminosa e ao fato de que este é um animal venenoso, assim como a prática dos investigados, que contamina o mercado.