10/05/2018 às 14h01m - Atualizado em 10/05/2018 às 16h15m
Humberto Costa defende aliança do PT com o PSB de Paulo Câmara
Líder da oposição no Senado, levou para a Casa a discussão que divide o Partido dos Trabalhadores no Estado.
Três dias após assumir publicamente pela primeira vez que defende a aliança do PT de Pernambuco com o governador Paulo Câmara (PSB) nestas eleições, Humberto Costa, líder da oposição no Senado, levou para a Casa a discussão que divide o Partido dos Trabalhadores no Estado. Em discurso na tribuna, na tarde desta quarta-feira (9), não citou nomes, mas alfinetou o grupo da vereadora do Recife Marília Arraes, pré-candidata ao governo.
“É necessário reconhecer que o PSB tem feito gestos em favor da construção dessa aliança, e o PT não pode se negar à discussão da formação desse campo progressista. Mais que isso, o nosso partido deve usar da altivez, da inteligência e da maturidade adquiridas em 13 anos à frente do País, para colocar os interesses da população, do Brasil e de Pernambuco antes dos interesses partidários e, principalmente, dos interesses pessoais”, afirmou o parlamentar. O petista é cotado para uma das vagas ao Senado na chapa socialista, que também deve ser composta por Jarbas Vasconcelos (MDB).
“É hora de deixarmos de lado as divergências, o pseudorradicalismo e os personalismos, para convergirmos a um objetivo comum, que é derrotar esse governo e retomar um projeto interrompido de Brasil”, disse ainda.
Marília Arraes começou a viajar pelo Estado no ano passado, em pré-campanha, após o PT anunciar que teria candidato próprio. Meses depois, com a condenação e agora a prisão do ex-presidente Lula, porém, cresceu dentro do partido a corrente que defende a retomada da aliança com o PSB. Socialistas e petistas romperam no Recife antes das eleições de 2012, quando o então governador Eduardo Campos lançou a candidatura de Geraldo Julio. Em 2013, para disputar a presidência, deixou a base de Dilma Rousseff.
Até a semana passada, as discussões com os socialistas eram tratadas como assunto nacional, atribuído a uma aproximação entre os presidentes dos dois partidos, Gleisi Hoffmann (PT) e Carlos Siqueira (PSB). No último dia 3, no entanto, o vice-presidente estadual do partido, Oscar Barreto, aproveitou a visita de integrantes da direção nacional para apresentar um documento pedindo a aliança com o PSB.
O PT de Pernambuco havia marcado para 12 de maio um congresso para definir se fecharia o apoio a Paulo Câmara ou não e, no caso de candidatura própria, se o nome seria o de Marília Arraes, o do deputado estadual Odacy Amorim ou o do militante José de Oliveira, os três inscritos. Na última sexta-feira (4), todas as partes entraram em acordo e decidiram adiar a discussão para o dia 10 de junho.
“Particularmente, defendo que o PT passe a integrar essa aliança, para fazer face às candidaturas que representam o projeto de Michel Temer em Pernambuco. Sozinho, o nosso partido não terá a força necessária para esse enfrentamento e ficará isolado, correndo o risco de impor um sério revés à formação das suas bancadas federal e estadual”, opinou. “Integrar um bloco sólido em defesa de um projeto para Pernambuco e para o Brasil, no qual o PT terá um papel protagonista, é o melhor caminho para devolver ao Estado o fantástico desenvolvimento econômico e social que experimentou, quando Lula e Dilma governaram este País”.
Humberto enfatizou que PCdoB e PDT, aliados nacionais dos petistas, estão no bloco de Paulo Câmara. “O que o momento pede é união. É disso que precisamos para restaurar a democracia, libertar o presidente Lula, assegurar sua candidatura nas eleições deste ano e devolver ao Brasil o projeto que lhe foi roubado pelo golpe contra Dilma”, afirmou.