02/05/2020 às 13h12m - Atualizado em 02/05/2020 às 18h02m
Ceará decide multar quem compartilha fake news na pandemia do coronavírus
O governo do Ceará sancionou uma lei contra fake news que estabelece multa de até R$ 2 mil para quem divulgar informações falsas sobre a pandemia.
As autoridades de saúde do Ceará estão enfrentando o aumento de casos e de mensagens falsas, que confundem a população e ameaçam as tentativas de controle da epidemia. Quem pegou ônibus nesta sexta (1º) nos terminais de Fortaleza recebeu um kit com duas máscaras de pano. "O pessoal está receoso, diz que vinham as máscaras da China, que pode ter contaminação nas máscaras", destaca Cleuton Frota, vigilante.
A mensagem mentirosa circulou em um áudio pelas redes sociais. "As máscaras que vêm da China, todas contaminas. São os mesmo lotes que foram para os Estados Unido. E lá, quando colocou no pessoal, matou um bocado de gente", diz o texto falso. As máscaras foram produzidas em Fortaleza por 1,6 mil costureiras autônomas que se inscreveram num programa de geração de renda da Prefeitura.
"Pelo amor de Deus, não caiam na balela de um grupo pequeno que parece que está torcendo para pandemia causar sofrimento, angústia, dor, achando que vão tirar algum proveito disso. Algo absolutamente lamentável”, afirma Roberto Cláudio, prefeito de Fortaleza.
O governo do Ceará sancionou uma lei contra as mensagens falsas e estabeleceu multa de até R$ 2 mil para quem divulgá-las.
A recomendação dos especialistas é que todos usem máscaras. O risco de transmissão é muito alto quando duas pessoas conversam sem máscaras e uma delas está doente. O risco de transmissão quando as duas pessoas usam a máscaras de pano é menor porque a máscara impede que a pessoa contaminada, com sintomas ou não, elimine gotículas com o vírus no ambiente, e ao mesmo tempo diminui o risco de a pessoa não contaminada inalar partículas do vírus.
O Ceará tem 8 mil casos de Covid-19 e 539 mortes.
Os leitos de UTI já estão perto do limite com 97% de ocupação em Fortaleza, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado. A capital concentra 80% dos casos e a situação se reflete nas UPAs. Elas deveriam ser a porta de entrada para os doentes, mas muitos, mesmo com todos os sintomas da Covid, acabam voltando para casa sem atendimento.
O Francisco Menezes diz que a mãe dele, de 88 anos, está desde quinta (30) com febre sentada numa cadeira: "Vai passr a noite todinha sentada numa cadeira. Quem que aguenta, sentada? ”.
Do G1 Ceará