30/04/2021 às 12h44m - Atualizado em 30/04/2021 às 13h09m
Em Timbaúba, mulher morre após dar à luz em maternidade recém-reinaugurada e família denuncia negligência
Amanda Lorraine tinha 23 anos e a Polícia Civil investiga o caso como 'morte a esclarecer'.
Foto: Reprodução/WhatsApp
Uma mulher morreu horas após dar à luz a uma menina, na Maternidade Doutor Tito Ferraz, que fica no Hospital Memorial Doutor João Ferreira Lima, em Timbaúba, Mata Norte de Pernambuco. O parto foi o primeiro na unidade em cinco anos - antes da reabertura, as gestantes precisavam ser transferidas para outra cidade.
A família de Amanda Lorraine Gonçalves de Lima, de 23 anos, acredita que houve negligência e denunciou que, por seis horas, a paciente ficou sem atendimento médico, até sofrer convulsões. A Polícia Civil está investigando o caso como "morte a esclarecer".
Ela estava com 40 semanas de gestação e saiu da cirurgia, amamentou a bebê normalmente e foi transferida para um quarto. Segundo a família, mãe e filha, chamada Júlia, passavam bem após o parto e não tinham nenhuma comorbidade.
Amanda, segundo a família, foi medicada com analgésicos e tomou soro. A mãe dela disse que, em momento algum, depois de sair da cirurgia, a jovem foi atendida por um médico. A única assistência que teve foi do corpo de enfermagem.
"Nada passava. Isso começou às 18h e ela ficou assim até meia-noite, porque não tinha médico. A maternidade também não tem UTI. Foi ficando pálida, roxa, mudando de cor, uma agonia. Eu chamei ela para tomar um banho e ela disse que não tinha condições. Ela pediu para se sentar, mas não conseguia levantar. Quando botou o pé no chão, começou a ter convulsões", afirmou a mãe da jovem.
Amanda foi, então, transferida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Timbaúba. No local, logo após a chegada, a família foi informada da morte da jovem. Já a filha dela, Júlia, passa bem.
O advogado Gilderson Correia, que acompanha a família, afirmou a imprensa que pretende abrir uma ação de responsabilização civil sobre o caso.
"É muito claro que houve uma responsabilização objetiva, que independe de culpa ou dolo. Ela estava estável, fez pré-natal no posto de saúde da cidade, não tinha, aparentemente, nenhum problema de saúde. Foi, inclusive, o segundo filho dela. A maternidade estava inoperante há cinco anos por diversos motivos e o novo prefeito reabriu e colocou as vidas das pessoas em risco. Queremos que isso não aconteça com mais ninguém", afirmou o advogado.
A prefeitura de Timbaúba divulgou uma nota nas redes sociais em que lamentou profundamente a morte da jovem e afirmou que aguarda conclusão de laudo do Serviço de Verificação de Óbito e do Instituto de Medicina Legal (IML).
"As outras cinco mães [que deram à luz na maternidade] já tiveram alta e estão em casa", afirmou a gestão.
Com informações do G1 PE