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29/03/2022 às 04h36m - Atualizado em 29/03/2022 às 04h43m

MPPE marca presença em homenagem ao procurador Pedro Jorge

O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi a Recife para prestigiar a homenagem. Presente também, o procurador-geral de Justiça do MPPE, Paulo Augusto de Freitas Oliveira.

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Há 40 anos, o então procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva foi assassinado pela coragem de cumprir o seu dever na luta por Justiça, denunciando um caso de corrupção, o famoso Escândalo da Mandioca. Em mais uma homenagem póstuma, nesta segunda-feira (28), o Ministério Público Federal (MPF) inaugurou um monumento dedicado ao procurador. A estátua de Pedro Jorge, localizada em frente à sede do MPF no Recife, é de autoria do artista Demétrio Albuquerque e foi viabilizada por meio de apoio da Fundação Pedro Jorge e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

O procurador-geral da República, Augusto Aras, veio ao Recife para prestigiar a homenagem. Presente também, o procurador-geral de Justiça do MPPE, Paulo Augusto de Freitas Oliveira, parabenizou a iniciativa. “Parabéns aos envolvidos, em especial, ao promotor de Justiça José da Costa Soares, coordenador do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do MPPE. A coragem e o exemplo de Pedro Jorge continuam vivos na mente e no coração de todos nós que fazemos Ministério Público brasileiro”, afirmou Paulo Augusto.

O caso – O crime ocorreu após o procurador da República denunciar políticos e autoridades envolvidos em um dos maiores esquemas de desvio de recursos do Banco do Brasil para financiamento agrícola em Pernambuco. Em valores atuais, o montante chega a quase R$ 34 milhões.

Os empréstimos foram concedidos pela agência do Banco do Brasil no município de Floresta, no Sertão pernambucano, entre 1979 e 1981. Além de não plantar, os beneficiados pelo esquema forjavam que as safras tinham sido perdidas e recebiam os valores do seguro. Mesmo sofrendo ameaças de envolvidos na fraude, Pedro Jorge denunciou o crime. O episódio ficou conhecido como o “Escândalo da Mandioca”. Ele também foi pressionado a abandonar o trabalho, tendo sido, inclusive, afastado por decisão superior, o que, naquele momento, era permitido na instituição.

O assassinato chocou o país e contribuiu para que fosse iniciado um amplo debate sobre a importância do Ministério Público para a sociedade e sobre as garantias necessárias para que os membros da instituição pudessem desenvolver um trabalho livre de pressões. Anos depois, com a Constituição Federal de 1988, foi estabelecida a garantia de independência funcional e a inamovibilidade aos membros do Ministério Público.

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