22/03/2023 às 07h07m - Atualizado em 22/03/2023 às 07h41m
Indústria vai gerar 2.100 empregos em Pernambuco
O número de pessoas ocupadas vai crescer 3,1% em todo o Brasil, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
O número de pessoas ocupadas vai crescer 3,1% este ano, comparado ao ano anterior, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No cenário industrial, pelo crescimento esperado, o Brasil precisará capacitar cerca de 77 mil pessoas de nível técnico ainda em 2023, sendo 2,1 mil somente em Pernambuco, segundo dados do Mapa do Trabalho, elaborado pelo Observatório da Indústria. Até 2025, o estado precisará qualificar 250 mil pessoas, sendo 45 mil de nível técnico.
Entre as áreas mais demandadas este ano, Logística e Transporte lidera as pesquisas, com expectativa de que o ano se encerre com mais de 12 mil pessoas trabalhando na área. Para novas oportunidades, a área busca cerca de 406 trabalhadores. Construção vem logo em seguida, com 291 novas oportunidades, seguida de Metalmecânica (219), Tecnologia de Informação (198), Eletroeletrônica (177) e Têxtil e Vestuário (130).
“Essa projeção está muito em cima do crescimento econômico do estado. A previsão vai em cima também do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), então essas áreas vão realmente ter um alcance maior na oferta de vagas, até por conta da construção da indústria de transformação. Então quando eu tenho movimento na construção, eu movimento a economia também em transporte, em logística, pela movimentação de insumos para essa área”, explica Ana Paula Vasconcelos, gestora de Pesquisa e Prospectiva do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai-PE).
Cursos em Pernambuco
O Senai, principal instituição formadora para ocupações industriais no país, disponibiliza em Pernambuco os cursos de Técnico em Automação Industrial, Eletrotécnica, Informática, Eletromecânica, Administração, Manutenção Automotiva, Mecânica, Refrigeração e Climatização, e por fim, Logística. Os cursos, espalhados por cidades de todo o estado, ajudam diversas pessoas a ingressarem no ramo industrial quase que imediatamente.
“Toda a oferta de formação profissional é pautada em cima das demandas do mercado, porque a educação profissional tem esse objetivo, de atender, no caso do Senai, a demanda da indústria, qualificando os trabalhadores. Então quando há essa oferta de cursos técnicos, é sempre pensando no melhor atendimento para a indústria, e temos esse cuidado de ofertar os cursos vigentes a uma demanda futura”, continua Ana Paula.
José Firmino da Silva Neto, estudante do curso técnico de Mecânica Industrial do Senai, também faz faculdade de Engenharia Mecânica na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e diz que procurou o curso técnico para ampliar seus conhecimentos na área. Para ele, a universidade foca mais na teoria, enquanto o técnico possui uma formação em que a prática está nivelada com a teoria.
A visão do estudante sobre o mercado de trabalho surgiu no curso técnico, que lhe deu instruções para o profissional que ele deve ser, o que deve fazer e o ambiente em que ele estará inserido. “Muitas vezes esse ambiente requer uma atenção a mais, por conta de diversos fatores que afetam diretamente o cotidiano do profissional, como a pressão. Como essa área está crescendo, está dando mais oportunidades para as pessoas de Pernambuco, e consequentemente as pessoas precisam procurar mais qualificação", explicou o estudante.
Realização de sonhos
Mais do que a busca por um emprego, para muitos jovens ingressar na indústria significa a realização de sonhos antigos, como trabalhar na montagem de carros. “A complexidade do carro da Fórmula 1 e a complexidade dos métodos usados tanto pelo piloto quanto pelos profissionais por trás da competição foram uma inspiração, e criei uma paixão na área. Ao longo do tempo fui estudando mais sobre essa área, tive mais conhecimento sobre componentes mecânicos, e tive uma visão muito mais ampla de como eu pensava antes. A metalmecânica foi a área que tive mais facilidade e interesse”, continua José Firmino.
Porém, cada vez mais jovens procuram formação na área industrial devido ao aumento significativo de vagas. A tendência é que, com o aumento das novas tecnologias e as mudanças organizacionais constantes, as empresas procuram profissionais que tenham mais que uma qualificação, e sim um perfil técnico e superior, para não somente executar tarefas, como também resolver problemas mais complexos. Mas para quem já trabalha na área, algumas dificuldades podem ser encontradas caso não haja uma atualização.
De acordo com a Coordenadora do Núcleo Pedagógico do Senai-PE, Vanessa Pedrosa, conforme o Mapa do Trabalho, existe uma elevada busca por curso técnico, da requalificação profissional e uma qualificação profissional.
“A grande diferença é que, quando se tem urgência em buscar uma área para atuar nesse mercado, o melhor é a qualificação, pois ela é mais rápida, sendo na área de construção civil, de logística, de elétrica, por exemplo, com duração de até 200 horas. A requalificação é para quem já está no mercado, mas que precisa se atualizar, com duração de mais de 200 horas. Para uma busca mais aprofundada de uma área, então surgem os cursos técnicos, que possuem uma duração de um ano, um ano e meio no máximo”, esclarece Vanessa.
De olho na qualificação
Entre os tipos de qualificação disponíveis no mercado, a coordenadora explica que não é preciso se preocupar em fazer tudo de uma vez. “Para quem está começando agora, o mercado absorve mais rápido os cursos técnicos, porque por ser um curso que sua periodicidade é menor que uma graduação, tem uma absorção mais rápida do trabalho. Depois de entrar no mercado de trabalho, é possível ingressar no ensino superior, como trilha de construção”, diz Vanessa.
Para Vanessa Pedrosa, hoje as indústrias procuram quem tenha habilidades técnicas e habilidades socioemocionais, que são chamadas no mundo corporativo de soft e hard skills. “Os alunos conseguem desenvolver melhor as habilidades técnicas junto com os professores atuando em sala de aula. Porém as habilidades socioemocionais exigem uma complexidade um pouco maior, pois dependem do fator social para que a pessoa possa ressignificar ou aprender novos valores e também possa atender o que o mercado pede, como resiliência, empatia, trabalho em equipe e inteligência emocional”, explica.
Serviço:
Para inscrever-se nos cursos do Senai-PE é necessário acessar o site pe.senai.br, na aba “cursos” ou matricular-se pelo número 0800 600 9606. É preciso fazer um cadastro prévio.