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13/02/2020 às 06h27m - Atualizado em 13/02/2020 às 07h15m

Falso padre é preso no Recife suspeito de lucrar mais de R$ 200 mil com golpes aplicados no Rio de Janeiro

Policial agiu disfarçado de carteiro para não chamar atenção de Luiz França. Com o dinheiro dos fiéis, ele comprou terrenos no Recife e em Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão, diz delegado.

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Um homem de 25 anos foi preso nesta quarta-feira (12), no Recife, por suspeita de aplicar golpes fingindo ser padre e lucrar mais de R$ 200 mil, segundo a Polícia Civil. Os crimes foram praticados entre janeiro e novembro de 2019, no Rio de Janeiro. No momento da prisão, um policial agiu disfarçado de carteiro para não chamar a atenção do suspeito. As informações são do G1 PE.

A operação foi coordenada pelo delegado Carlos Couto, da Delegacia de Jardim São Paulo, e realizada em conjunto com a 48ª Delegacia de Seropédica, no Rio de Janeiro. O homem preso foi identificado pela polícia como Luiz França de Lima, mas ele se apresentava às vítimas como Luiz Benjamín Alvarenga.

Em um dos casos, ele morou dois anos na casa de uma família e a roubou cerca de R$ 100 mil, de acordo com o delegado. Em dezembro, ele foi preso pela polícia do Rio de Janeiro.

Morador do bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, Luiz foi encontrado na casa de uma tia, no bairro do Espinheiro, na mesma região da cidade. Com ele, a polícia encontrou batinas e credenciais para um retiro, que supostamente seria organizado pela Arquidiocese de Olinda e Recife durante o carnaval.

"Luiz se apresentava como sacerdote da Igreja Católica, com formação nos Estados Unidos, e como doutor em história da filosofia. Ele ministrava missas, dizia ter conhecimento com o alto clero da igreja e, com isso, prometeu intervir na anulação de um casamento no Vaticano. Foram roubados mais de R$ 100 mil de uma vítima para cobrir os custos da burocracias do processo", afirmou o delegado.

No Rio de Janeiro, quatro vítimas prestaram queixa contra o falso padre. Em Pernambuco, ainda não há nenhuma denúncia. Luiz teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio de Janeiro, pelos crimes de estelionato, furto, falsidade ideológica e falsificação de documentos.

"Ele se aproveitava dessa 'grife', de formação diferenciada, para aplicar os golpes. Há indicativos de que ele pedia ajuda financeira para outros sacerdotes, a pretexto de subsidiar uma suposta tese que ele estaria escrevendo. Em um dos casos, ele também simulou que uma vítima estava acometida de uma leucemia para aplicar o golpe", declarou.

Com o dinheiro dos fiéis, segundo a polícia, o homem comprou dois terrenos no Recife e dois em Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão de Pernambuco.

"Toda a vizinhança conhecia ele como 'padre Benjamín'. Ele voltou para o Recife em dezembro de 2019 e disse que a mudança foi porque milicianos queriam matá-lo, justamente por causa dos golpes", contou o delegado.

Luiz foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.

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