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04/01/2025 às 03h36m - Atualizado em 04/01/2025 às 03h46m

Suposto envenenamento de família deixa bebê e adulto mortos no Piauí

Nove pessoas de uma mesma família passaram mal e foram hospitalizadas após comerem peixes doados. Duas morreram e quatro receberam alta. Polícia ouve parentes e testemunhas e aguarda perícia.

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Duas crianças de três e quatro anos, da família internada com suspeita de envenenamento, foram transferidas nesta sexta-feira (3) para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Outros dois parentes delas, um homem de 53 anos e uma criança de 11, que são pai e filho, receberam alta nesta sexta. Uma mulher segue internada em Parnaíba em estado grave.

Uma das crianças foi transferida por uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A outra, por equipe terrestre do Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda).

Segundo o diretor técnico do hospital, o médico Carlos Teixeira, a vítima Francisca Maria da Silva, de 32 anos, que segue internada no Heda, teve uma piora significativa nas últimas 24 horas. A mulher é irmã do adolescente que morreu na quarta-feira (1º) e mãe da criança que morreu na quinta (2) (saiba quem são as vítimas abaixo).

Ao todo, nove pessoas de uma mesma família passaram mal e foram hospitalizadas na última quarta-feira (1º) após comerem peixes doados na noite anterior. Duas morreram: um bebê de um ano e oito meses e um jovem de 18 anos.

O casal que entregou os peixes para a família foi ouvido na tarde da quinta-feira(2) pela Polícia Civil do Piauí (PCPI). Segundo o delegado Abimael Silva, eles fazem, em todos os anos, um trabalho filantrópico no bairro da família. Eles doaram várias cestas básicas e cerca de 30 kg de peixe manjuba, mas somente os familiares passaram mal com os peixes 

Até a publicação desta reportagem, dez pessoas haviam prestado depoimento. A polícia também aguarda os resultados dos exames toxicológicos do Instituto Médico Legal (IML), que vão definir a causa da morte do jovem e do bebê, e as substâncias que estão no organismo das vítimas internadas.

Além disso, a perícia do IML vai determinar se havia substâncias tóxicas nos alimentos doados (saiba mais abaixo).

Quem são as vítimas?
 
Ao todo, nove pessoas da mesma família passaram mal. Elas são:
  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis, morto);
  • Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria, morto);
  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Igno Davi e irmã de Manoel, internada);
  • Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Manoel, recebeu alta);
  • Duas crianças de quatro e três anos (duas meninas internadas);
  • Uma menino de 11 anos (filho de Francisco), uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) e uma mulher adulta de 32 anos, que receberam alta.

Entenda o caso

Um bebê de 1 ano e 8 meses e um jovem de 18 anos morreram com suspeita de envenenamento em Parnaíba, no litoral do Piauí. Além deles, outros sete familiares passaram mal e foram hospitalizados após comerem peixes doados na noite de Réveillon e um arroz preparado pela própria família e requentado no primeiro dia de 2025.

Dos familiares hospitalizados, quatro receberam alta (uma adolescente, dois adultos e uma criança) e os outros três continuam internados (duas crianças e uma adulta). Uma das internadas é a mãe de dois meninos que morreram envenenados com caju, na mesma cidade, em agosto de 2024. A suspeita desse crime está presa.

Um casal ainda não identificado, conhecido por fazer doações de cestas básicas todos os anos, entregou o peixe manjuba para a família. Segundo a Polícia Civil, eles doaram cerca de 30 kg de peixe, mas somente os familiares passaram mal.

O médico Carlos Teixeira, diretor clínico do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), onde a família está internada, afirmou que eles apresentaram frequência cardíaca baixa, sudorese (produção de suor) e temperatura elevada.

O perito-geral do Departamento de Polícia Científica do Piauí, Antônio Nunes, também apontou que os pacientes tiveram sintomas típicos de intoxicação por veneno, como cólicas, diarreia, falta de ar e tremores.

Exames periciais feitos pelo IML vão determinar se havia substâncias tóxicas na comida e quais as substâncias presentes nos organismos das vítimas.

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