02/01/2025 às 17h21m
- Atualizado em
03/01/2025 às 07h25m
“Meu irmão desapareceu na porta da urgência e não fizeram nada”, denuncia Paula Nascimento, irmã de Edivaldo da Silva Pereira, de 32 anos, desaparecido desde o dia 17 de dezembro do ano passado, após fazer uma cirurgia íntima no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife.
De família humilde e moradores de Belo Jardim, no Agreste do Estado, Paula contou ao Diario de Pernambuco que o irmão foi levado para o Hospital Municipal Júlio Alves, no domingo (15/12) e, de lá, foi encaminhado de ambulância para a Região Metropolitana. Segundo ela, sem acompanhante e sem serem avisados.
“Meu tio trouxe ele para o hospital da minha cidade, retornou para o sítio para buscar minha irmã para ficar com o Edivaldo e quando chegou o hospital já tinha transferido ele. Passamos o domingo aflitos sem saber como ele estava. Na segunda, dia 16, soubemos que ele tinha ido para o Hospital Miguel Arraes, feito a cirurgia e estava bem”, detalhou.
Paula disse que ainda na segunda-feira (16/12), o irmão teve alta. “O hospital acionou a ambulância de Belo Jardim e ele ficou esperando com uma assistente social, que me deixou falar com ele”, relatou. “Ele chorava dizendo que estava nervoso, que tinha muita polícia e que tinha medo de fazerem algo com ele. Meu irmão é ‘matuto do sítio’, não sabe ler, não está acostumado a cidade grande, não gosta de ficar perto de pessoas desconhecidas”.
Foi na terça-feira (17/12) que Paula recebeu uma ligação do hospital informando que o irmão havia corrido ao ver uma ambulância e uma viatura. “Na quarta (18/12) eu fui lá. O Hospital não me deu assistência, disse que ele não era mais responsabilidade deles porque já teve alta, mas isso tudo aconteceu na porta da emergência”.
Ela conta que pediu para ver as filmagens das câmeras de segurança do hospital e afirma que pediu para conversar com os gestores da unidade, mas os pedidos foram negados.
“Nós somos muito simples, humildes. A gente não tinha recurso para buscá-lo. Acreditamos estar assegurados pelos dois hospitais e pela ambulância que iria buscá-lo. Pensamos que ele estivesse seguro só que não estava”, disse.
Procura
A última informação que Paula e a família têm de Edivaldo é que ele, supostamente, estaria na área central do Recife. “Estão falando que ele está perto do Cais de Santa Rita, em uma estação de ônibus, mas não sabemos se é verdade ou não. Hoje completa 17 dias que estamos nessa aflição”.
“Nós já estivemos no Recife mais três vezes procurando dia e noite por ele. Já liguei nos Centros de Referências Especializados para População em Situação de Rua (Centros POP) para saber se ele apareceu por lá, mas nada. Peço ajuda a todos que puderem ajudar”.
A família pede que aqueles que tiverem informações sobre Edivaldo entrem em contato pelo número 81 8938-4757.
O que diz o Hospital Miguel Arraes
O Diario de Pernambuco entrou em contato com a comunicação do Hospital Miguel Arraes, apontando as alegações da família e questionando qual tratamento foi dado a Edivaldo da Silva Pereira, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.